Rock e Suas Vertentes: Olá Walter e Anie, sejam bem vindos. Como surgiu a Psicodella?
Anie Doná: E aí pessoal tudo bem? Aqui é Anie Doná da Psicodella falando com vocês, bom a Psicodella nasceu para valer mesmo em 2016, quando a gente gravou o nosso primeiro álbum, mas desde bem antes disso acredito que desde 2009/2010, principalmente o Walter já trazia bastante das suas composições ne para a banda, então isso foi sendo trabalhado ao longo dos anos e pouco antes da gravação do álbum a gente decidiu entrar de vez nesse mundo autoral e fomos dando caras para as composições até gravarmos, até entrarmos em estúdio .
Rock e Suas Vertentes: Quem são as mais presente influências de vocês?
Walter Poletti: Fala galera do hoje também é dia de Rock, aqui é Walter da Psicodella. A Psicodella tem várias influências, desde os anos 60/70, passando um pouquinho pelo Heavy Metal, pelo New Metal,aí dos anos 90/2000. A gente curte muito AC/DC, Black Sabbath, Janis Joplin, Beatles, e Soad, machine, tem de tudo aí é uma mistura bem ampla, tem aí no âmbito nacional, Raimundos que a gente curte bastante, então tem várias influências aí que vão norteando e formando o nosso som né.
Rock e Suas Vertentes: Como fizeram para manter os projetos durante a pandemia?
Anie Doná: Bom para a gente manter a chama acesa, a gente teve que mergulhar de cabeça aí nesse mundo digital, esse universo que a gente desconhecia até então. E começamos aparecer em LIVES, apareceram vários projetos legais para mostrar o som autoral, e eu acredito que toda essa paradeira ai, deu uma fomentada nessa cena do rock independente, acabamos conhecendo bastante bandas também desse mundo, e nossa entramos de cabeça em várias webs rádios, a Psicodella toca até fora do país, por conta disso, por conta dos contatos desses espaços que foram se abrindo durante a pandemia, fizemos lives, foi muito legal, foi muito produtivo, apesar de tudo foi produtivo, e a gente conseguiu manter a banda com as plataformas de streaming, com as lives, com as redes sociais, com os contatos, com as novas amizades, enfim foi bem legal.
Rock e Suas Vertentes: Como foi o lançamento do segundo álbum de vocês? Qual foi a reação do público em relação a isso?
Walter Poletti: Bom nós lançamos o novo álbum chamado "Cada vez mais", no último dia do ano de 2021. Um pouquinho antes a gente lançou o clipe da faixa para viver, que é a primeira faixa do álbum. O álbum conta aí com uma galera de peso. Japinha (ex- CPM-22) na bateria, o Fabio Almeida baixista que agora está com a dupla Gian e Giovanni, e tocou 16 anos com o Chitãozinho e Xororó, a produção foi do Marcello Pompeu que inclusive gravou alguns vocais nessa faixa aí também, e as reações aí pelo menos nas redes sociais, nas plataformas de streaming tem sido muito positivas, muitos plays, muitos Views, comentários interessantes, positivos, galera tem curtido bastante, e a gente já está rolando ao vivo também algumas músicas desse novo álbum também.
Rock e Suas Vertentes: Existe 3 músicas que me chama bastante atenção, são elas: “Só na curtição”, “Se é amor", e a faixa de abertura "Pra viver", nos conte um pouco sobre essas composições.
Walter Polleti: Que legal, só na curtição, é uma música que eu fiz em 2009/2010, acho que em 2010, em inglês ainda, a gente tocava ela ao vivo anteriormente, e acabou ficando de fora do primeiro álbum, e aí a gente resolveu retomar com uma letra em português ficou bem legal, tem a participação do Gabriel Martins da banda Martírio de São Paulo, foi incrível o vocal dele ali com a Anie, uma música que a gente acha muito alto astral, inclusive é será o nosso próximo clipe, aliás as 3 faixas aí que você mencionou é serão a faixas de trabalho, "pra viver" que foi o primeiro clipe, "só na curtição" é o segundo clipe que saiu agora no final de janeiro, e depois em seguida nós vamos lançar o clipe da "Se é amor". A se é amor é uma baladinha do disco talvez a mais radiofônica, aí mais pop, mas tem muita influência de Beatles, de Rock 'N Roll dos anos 60. A gente colocou ukulelê, escaleta, fez um arranjo bem legal nela, uma letra muito legal, um refrão muito gostoso, chicletinho também. E "Para Viver", é o principal, é o ápice ali do Rock and roll do disco na minha opinião, é um Hard Rock pesado, uma melodia de voz forte, um vocal forte, um refrão pra cima forte também, solo, é uma música bem vibrante. Tanto que a gente escolheu para ser a primeira do álbum aí. As composições a gente vai trabalhando Riffs primeiro, depois a gente vai pegando as melodias, tentando encaixar uma letra, a gente faz um esforço grande para que soe bem Rock n' Roll, para que não fique um pouco forçado. A idéia é essa.
Rock e Suas Vertentes: Como vocês definiriam a evolução musical de vocês?
Walter Poletti: Ah desde que a gente decidiu entrar nesse mundo autoral, compor, gravar, produzir, a gente já pensou em gravar com pessoas que pudessem acrescentar no trabalho da Psicodella, então o primeiro passo que a gente deu foi produzir com o Andria Busic da Dr. Sin. Foi um cara que a gente conheceu em alguns shows que a gente abriu deles, lá no finalzinho de 2009 por aí, e acrescentou muito e ensinou muito para a gente no estúdio, deu muitas idéias e esse álbum abriu muitas portas, a gente tocou em grandes festivais, com vários nomes da música aí: Raimundos, Sepultura, Pitty, Jota quest, Detonautas, CPM. A gente tocou em vários festivais aí, outros festivais pela região também com bandas locais, e isso foi dando uma bagagem para a banda, a gente foi conseguindo acrescentar para acrescentar as novas músicas todas essas experiências, todas essas idéias, todo esse aprendizado, e aí a gente também resolveu continuar nessa crescente, chamou o Pompéu para produzir o segundo álbum. Marcello Pompeu é ganhador de Grammy Latino, um dos ícones do Metal nacional com a Korzus. E depois chamamos o Fabio e o Japinha que eu já falei deles né, toparam gravar o disco com a gente, e aí a evolução foi nítida né, o disco está mais coeso, mais pesado, mais direto que é o que a gente queria mesmo, uma sonoridade gringa,uma mixagem interessante, timbragem pesada mesmo, eu acho que essa evolução foi natural, mas foi algo que a gente buscou mesmo tentando trabalhar com pessoas que fossem acrescentar ao nosso trabalho, que fossem engrandecer nossas composições,nossos arranjos, fosse realmente completar tudo aquilo que a gente imaginou fazer. E a idéia é seguir em frente, seguir nesse caminho.
Rock e Suas Vertentes: Já tem shows agendados para esse ano ?
Anie Doná: Bom, agora em janeiro pintaram alguns shows que a gente fez. Recentemente um encontro de carros, agora tem para frente Votopuranga, Monte azul e Barretos Motorcycles em abril, junto com o Raimundos mais uma vez. Então a gente está bem feliz com os frutos que a gente vem colhendo desse nosso trabalho, desse novo CD, está bem legal.
Rock e Suas Vertentes: Nos conte um pouco sobre a arte da capa de "Cada Vez Mais".
Anie Doná: Assim como a escolha do nome PSICODELLA (há quase 6 anos), a escolha da arte da capa teve uma chuva de ideias e sugestões, um amontoado de coisas que já tínhamos pensado em conjunto com sugestões de amigos e parentes. A arte foi, literalmente, sendo construída. Queríamos algo leve, que remetesse a bons pensamentos, liberdade, um clima alto astral, mas que, ainda assim, tivesse o peso e a intensidade do verdadeiro rock and roll. O Walter deu o “start” com o céu e o mar bem azuis, mas ainda faltava algo para complementar. Pesquisamos muitas imagens. Escolhemos uma e editamos para que ficasse condizente com o conceito do álbum.
Rock e Suas Vertentes: Nos conte um pouco sobre a gravação da música "Pedaço do meu coração", de Janis Joplin.
Anie Doná: Após convite do Diretor e Fotógrafo Diego Santos para lançarmos um novo clipe juntos, decidimos gravar um "cover" que nosso público gostava e cantava junto - já que o álbum "Cada Vez Mais" ainda não estava pronto. Incialmente, gravamos em inglês e mostramos a algumas pessoas mais próximas; uma delas sugeriu uma versão em português, já que muitas pessoas não sabem, exatamente, o que diz a letra original e, também, talvez pudesse ser uma maneira de levar a mensagem a um público que não está tão familiarizado com o rock and roll dos anos 60/70. O desafio, que já era grande, ficou imenso, mas decidimos fazer (tentando ser fiéis, ao máximo, à letra original) e amamos o resultado final - o público também gosta bastante, inclusive quando tocamos ao vivo.
Rock e Suas Vertentes: Como se deu o processo de criação do álbum em si, e das músicas?
Anie Doná: Já tínhamos algumas músicas prontas que não entraram em outros projetos (Só na curtição e Cada vez mais) e, quando começamos a trabalhar nelas, moldá-las e lapidá-las, vieram as ideias e inspirações para as novas faixas. Em poucas semanas, tínhamos quase todo material pronto e decidimos agendar as gravações. Nesse ínterim, finalizamos as letras, melodias e arranjos, mas, obviamente, muitos detalhes foram acrescentados em estúdio, principalmente quando Japinha e Fabio se juntaram a nós.
Rock e Suas Vertentes: Falando sobre sonhos, com quem vocês gostariam de dividir o palco um dia?
Anie Doná: Paul McCartney e Ozzy Osbourne.
Walter Poletti: Angus Young e Slash.
Rock e Suas Vertentes: De que maneira as novas músicas diferem das antigas?
Anie Doná: O estilo é o mesmo, mas estamos mais maduros e decididos, sabemos o podemos melhorar cada ideia que surge. Acreditamos que o novo álbum, assim como a versão que fizemos para "Piece of my heart", mostram o quanto a banda evoluiu em termos de execução (musicalidade, intensidade, vibração, energia) e produção - as participações de Japinha, Fábio Almeida, Gabriel Martins e a produção do Marcello Pompeu contribuíram também nesse processo.
Rock e Suas Vertentes: Qual a maior fonte de inspiração de vocês?
Walter e Anie: Em termos gerais, o rock clássico, principalmente da segunda metade dos anos 60 até o final dos anos 70, como AC/DC, Beatles, KISS, Rush, Led Zeppelin, Black Sabbath, Rolling Stones, Janis Joplin, The Who, mas também ouvimos e tocamos bandas como Metallica, System Of A Down, Raimundos, Rage Against The Machine, Alice In Chains, Foo Fighters. Ultimamente, temos escutado muito Slash feat. Myles Kennedy & The Conspirators, Greta Van Fleet, Alabama Shakes, Airbourne, Black Label Society.
Rock e Suas Vertentes: Na hora de compor, existe algum processo que vocês seguem?
Walter Poletti: Normalmente, as músicas partem de um "riff" de guitarra; em seguida, pensamos na melodia, algo que soe bem rock and roll, natural, espontâneo e, por fim, colocamos a letra. Mas acontece também o inverso de vez em quando.
Rock e Suas Vertentes: Nos conte um pouco da participação de vocês em uma rádio de Pirassununga.
Walter Polleti: O programa ROCK TOTAL, da rádio Difusora FM de Pirassununga/SP, para divulgar e promover as bandas autorais independentes de todo país, idealizou um "Desafio de Bandas" diário. Duas bandas "disputavam" votos dos ouvintes e continuava quem ganhava (mas todos tinham suas músicas inclusas na programação). Nós vencemos durante 45 dias consecutivos com todas as 9 faixas do primeiro álbum - cada faixa podia tocar 5 dias seguidos (no final de 2020). Agora, com a mudança de formato, não há mais o desafio, e sim um lançamento diário. A rádio (FM), que alcança mais de 100 cidades do interior paulista, já lançou 3 faixas do nosso novo álbum. Aproveitamos para agradecer, mais uma vez, aos amigos do Rock Total - Carlinhos Kiki e Fabio Melo!
Rock e Suas Vertentes: Ainda estão sendo liberados, aos poucos, os shows com a quantidade de público limitada e, claro, seguindo todos os protocolos de segurança exigidos para, talvez assim, minimizar o contágio do Covid. Vocês se sentem seguros, nesse momento, para voltarem aos shows presenciais ou pensam nisso mais para frente?
Anie Doná: Retomamos nossa agenda de shows assim que liberaram os eventos por aqui. Obviamente, optamos por locais arejados ou que respeitem os protocolos, mas a agenda já está cheia novamente. Inclusive, no dia 30 de Abril, retornaremos ao Barretos Motorcycles pela terceira vez - a segunda com o Raimundos!
Rock e Suas Vertentes: Nesse novo álbum, tem alguma música favorita de vocês?
Anie Doná: “Pra viver”.
Walter Poletti: "Pra viver".
Rock e Suas Vertentes: Quais as características mais marcantes sobre o trabalho de vocês, e como vocês poderiam defini-lo?
Anie e Walter: Energia, intensidade e verdade. A definição é uma só: rock and roll!
Rock e Suas Vertentes: Tem alguma recordação saudosa de alguma época da carreira de vocês?
Walter Polleti: Foram vários os momentos importantes que guardamos com carinho: os shows no Planeta Rock (2017-18-19) com Pitty, Humberto Gessinger, Os Paralamas do Sucesso, Jota Quest, entre outros; os shows no Barretos Motorcycles (2018-19) com Raimundos, Sepultura e CPM 22; o dia em que o Japinha cantou com a gente no Planeta Rock 2018; as três vezes em que Anie Doná cantou com o Raimundos; os grandes festivais pelo interior de São Paulo, como Rock In Hill, Senhora Rock, Dracena Moto Fest, Rock No Rio Tietê, Alkateia, GomaINC.; as participações de Anie Doná no programa Raul Gil; participar de diversos programas de TVs regionais e filiais da Globo, Record e Band; ouvir nossas músicas em dezenas de FMs e aproximadamente cem web rádios pelo Brasil e pelo mundo; gravar e produzir com grandes nomes da música nacional; vender mais de 1500 cópias do primeiro álbum...
Rock e Suas Vertentes: Quais músicas você recomendaria para quem ainda não conhece o som de vocês?
Anie Doná: #nuncaserão, Até logo, Pra viver, Se é amor.
Walter Poletti: Quem vai nos ouvir, Pedaço do meu coração, Só na curtição, Cada vez mais.
Rock e Suas Vertentes: Bom, chegamos ao fim e eu gostaria de agradecer a vocês por terem aceitado o meu convite e do Ringo e dizer que eu amei conhecer um pouco mais da história da Psicodella. Desejo todo sucesso para vocês. Deixo esse espaço livre para vocês falarem o que quiserem.
Anie e Walter: Agradecemos muito o convite, é sempre um prazer falar de rock and roll, contar nossas histórias, nossa trajetória, divulgar nossa música e nosso trabalho. O Hoje Também É Dia De Rock é um dos impulsionadores do rock autoral independente do país, sempre apoiando a cena, as bandas e levando entretenimento de qualidade aos ouvintes - e somos muito gratos a vocês por isso!
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