Passo Incerto: " O EP é mais uma grande realização para nós"


 
 
 
Olá seguidores, sou Geize Ester, correspondente do Hoje também é dia de Rock em Goiás, e hoje estou aqui apresentando a vocês a banda Gaúcha Passo Incerto, tocamos sempre na rádio cidade Búzios no RJ, e a banda está com grandes novidades, entre eles o lançamento do seu segundo Ep, que acontecerá no final deste mês.
 

1- Eu gostaria de saber, quem teve a idéia de criar a banda, e porque o nome passo incerto? 

Leandro: Bom, partindo do princípio, o Chico e eu nos conhecemos através da academia (mesmo sendo dois gorditos).

Mas durante vários jantares pós treino, que começamos a conversar sobre música! 

O Chico comentou que escrevia algumas música, então comentei que eu tocava violão e arriscava uma guitarra. Então ele compartilhou um pouco do tinha escrito/composto.

E tentamos gravar umas ideia, sem muita pretensão, e então convidamos o Giovanni pra montarmos um “projetando acústico”.

Chico Mellodia: A banda surge neste momento. Iniciamos como um trio acústico o Leandro, o Giovanni Boscatto e eu. Na época do acústico, percebemos que naturalmente tínhamos uma pegada mais rock nas músicas cover e algumas autorais que fizemos. Com os dois usando violões de 6 e 12 cordas, fiquei focado no vocal e na percussão, pois eu era o que menos tocava e tinha um pouco mais de vocal que eles. Foi meio natural o encaixe das funções no trio. 

Com essa pegada rock que falei, percebemos que precisávamos agregar baixo e bateria para que pudéssemos evoluir naquilo que estávamos construindo enquanto musica. 

Não lembro exatamente quem sugeriu (talvez o ⁨Leandro lembre), mas Passo Incerto foi sugerido enquanto nome por simbolizar o que éramos: caras mais velhos e com carreiras profissionais consolidadas em área diferente da musical, mas que se lançariam na música para "ver o que iria rolar". Por ser algo tão improvável e imprevisível, seria um passo incerto.

2- Existia um projeto antes da banda tomar forma? 

Chico Mellodia: Individualmente tivemos outras bandas e projetos diversos, mas nosso início foi como o Leandro mencionou. Juntamos eu e ele e logo o Giovanni chegou junto. 

Eu conheci o Giovanni nesse momento, mas o Leandro e ele já se conheciam (inclusive trabalharam juntos) e musicalmente já tinham também uma relação. Aí juntamos os três e começamos a tocar com três violões. Aí fomos ajustando, pois os meninos tocavam violão muito melhor que eu. Como sempre gostei de percussão, comprei cajón, eggs e meia lua para tentar contribuir melhor musicalmente, além de ficar responsável pelo vocal.

3- Em 2019, vocês lançaram um ep, no qual contém as músicas Apneia e Animal, qual foi a temática utilizada na composição delas?

Chico Mellodia: As músicas Apneia e Animal foram lançadas em formato single. 

Animal é uma crítica ao fanatismo político, lançamos à época da última eleição presidencial e foi inspirada nas pessoas que defendem cegamente políticos que na maioria são corruptos e nem se importam com os eleitores. 

Nossa mensagem é para que as pessoas entendessem que o recado era pra elas, independente do lado o qual defendessem dessa maneira, jogando amizades de longa data e família no lixo para defender quem os iludiu. 

Apneia foi composta em um momento onde minha vida estava de pernas pro ar. Pressionado pela finalização da minha graduação (bacharelado em Administração), meu trabalho (bancário a quase 11 anos) estava numa fase difícil e a cobrança para que eu "desse certo" pelas pessoas ao redor. Enquanto isso, a banda estava acontecendo e eu queria realmente chutar tudo pra me dedicar à música e deixar fluir um sonho que me movia desde os 14 anos mas sem apoio algum da família e com a pressão para que seguisse outro caminho. Apneia (ausência de respiração) é a metáfora que usei para falar sobre aquele momento.

A ideia é fazer com que as pessoas não sejam consumidas pela apneia e que deixem fluir o que desejam, mas por razões semelhantes evitam.

4- Em 2020, vocês fizeram uma apresentação no Centro de Cultura Ordovás, como foi a recepção do público? 

Chico Mellodia: Esse evento foi muito legal! Circularam aprox 150 pessoas no local, um final de tarde de domingo de sol, dia maravilhoso! Levamos um repertório bem conhecido aqui no Sul, com rock e pop rock de bandas gaúchas, nacionais e internacionais. Além, é claro das nossas autorais. Tinham famílias com suas crianças ali também. Nesse dia eu peguei o filho do Leandro (meu afilhado Henrique) pra cantar no palco comigo a música Borracho y Loco, conhecido hit com a banda Vera Loca.

No final do show as famílias com crianças vieram à frente do palco e tivemos a oportunidade de interagir com eles. Essa troca é mágica, e quando tem crianças então.  A gente sabe que nem todos os ambientes as crianças podem frequentar, mas nossa mensagem é forte mas não usa palavrão. Nem todo mundo curte o palavrão na letra, então a gente tem esse cuidado entre outros. Isso deixa o ambiente mais leve para que as famílias (inclusive as nossas) frequentem sem constrangimento ou restrição.

5- Logo após essa apresentação, ainda em 2020, surgiu a pandemia do covid-19, como foi a adaptação de vocês? já que os shows naquele momento estavam paralisados.

Chico Mellodia: Nossa apresentação no Ordovás foi em 8/03/2020, nossa última apresentação antes da pandemia. Era nosso segundo ano de atividade mais rock. Vínhamos numa crescente, pois estávamos fazendo nosso nome na cidade e região, projetando diversos shows e eventos para o ano todo. Infelizmente, a pandemia fez o que fez no ano passado e perdemos essas agendas e projeções. 

Como não vivíamos do recurso com a música, nosso impacto financeiro foi em função dos nossos trabalhos convencionais, quando houveram. Mas parar de tocar "esfriou" nossa sequência e contribuiu também para a saída do baixista anterior, pois ele se mudaria de cidade por questões pessoais e profissionais e estava pensando em parar de tocar. Ficamos alguns meses parados, pois todos tínhamos grupos de risco e naquele momento a prioridade era não levar o vírus pra casa. 

Em algum momento contatamos os bares que tínhamos agenda para sugerir dar lugar às bandas e artistas que dependiam financeiramente dos caches. 

A nossa maturidade e amor pelo projeto nos fez passar juntos por esse momento difícil, sem abandonar o que já havíamos construído com tanto esforço.

6-A banda fará uma apresentação via telefone, em uma rádio para apresentar uma novidade, qual o sentimento de vocês em relação a isso?

Chico Mellodia: Estamos muito felizes com nosso momento de retomada. Nosso povo já sofreu muito e a pandemia ainda não acabou. Tivemos a oportunidade de seguir acreditando e trabalhando em nosso projeto, e o EP é mais uma grande realização pra nós. 

Ficamos orgulhosos com o resultado final, além das "cerejas no bolo" que contribuíram muito para o trabalho final. Estamos muito gratos pelo espaço que os veículos de mídia e divulgação (inclusive à você, Ester⁩ ) nos cederam e ainda pelo que acreditamos que teremos.

A sensação de poder fazer nosso trabalho e mensagem chegar às pessoas é surreal. Frio na barriga, nervosismo e uma alegria gigante! Estamos muito orgulhosos do trabalho que estará indo ao ar nos próximos dias..

7-A banda vai lançar agora no dia de 30 de outubro, um EP, será que poderíamos saber o nome ou ainda é mantido em segredo até o dia do lançamento?

Chico Mellodia: Publicamente ainda não anunciamos, mas acredito que nessa semana será feito o anúncio ( quem sabe na próxima quarta no Htdr, risos).

8- Apneia e Animal, estará nesse repertório?

Chico Mellodia: Apneia entra nesse EP. Repaginada... 

Animal já teve uma releitura. A primeira esta no nosso primeiro vídeo clipe, a segunda esta nas plataformas de streaming.

9: Ainda está sendo liberado aos poucos os shows com a quantidade de público limitada, e claro seguindo todos os protocolos de segurança exigidos para talvez assim minimizar o contágio do covid, vocês se sentem seguros nesse momento para voltar aos shows presenciais, ou pensam nisso mais para frente?

Chico Mellodia: Nós tivemos uma postura muito cuidadosa frente à pandemia, pois temos familiares nós chamados "grupos de risco". Como não vivemos de cachê dos shows e praticamente não paramos de trabalhar, optamos pela reserva mais segura e não nos expusemos a um risco sendo que tínhamos a possibilidade de esperar mais do que outros artistas que vivem única ou majoritariamente dessa renda.

Acho que falei antes, mas abrimos mão de algumas datas em bares para não tomar a oportunidade de quem precisava mais do que nós.

Voltar aos palcos será incrível, estamos ansiosos pelo momento de reencontrar as pessoas e poder trocar essa energia boa que o show proporciona.

Mas pelas razões que já falamos e também pelo nosso foco em lançar o EP o nosso retorno vai ficar um pouco mais pra frente. Mas não muito!

10 - É um recado e uma pergunta ao mesmo tempo, feita pelo amigo Ringo. Ah e ele faz questão de ressaltar, que gosta demais de vocês, e pediu para mandar um abraço ao pai do Giovanni.

Ele gostaria de saber quais são as influências de vocês, por quem e quando vocês foram influenciados? Com que idade mais ou menos, a família curtiu, incentivou?

Chico Mellodia: Agradeço ao amigo Ringo e também ao Renato, são caras incríveis! É a primeira rádio que tocou (e toca com frequência) nossas músicas e somos eternamente gratos a eles!

Mandarei sim o abraço ao pai do Giovanni, que foi um de nossos familiares que pegou Covid e necessitou de muitos cuidados e oração! No dia do aniversário dele o HTDR mandou um parabéns especial, pois ele já estava no hospital. Hoje em fase de recuperação, agradecemos de coração a toda a corrente do bem que foi gerada torcendo pela recuperação do Chicão (pai do Giovanni)!

Respondendo sobre as influências, são muito variadas.

Chico Mellodia: Eu ouvi muito sertanejo 80 -90, além do Rock e pop rock 90 entre outros. Então eu fico entre Chitãozinho e Xororó, Bruno & Marrone, Sandy (principalmente a fase solo), Myles Kennedy, Iron Maiden, SOAD e mais recentemente o rock gospel do Mauro Henrique, Rosa de Saron entre outros tantos de tantos estilos. Mas quem me seduziu pro rock foi o Guns n Roses, aos meus 13, 14 anos. 

A minha mãe nunca curtiu, tinha a cabeça fechada entre outras razões. Por isso não rolou aquele apoio lá atrás. Somente aos 29 anos iniciei estudos  na música. Antes foi tudo na insistência e na raça, uma ajuda de um amigo aqui ou ali com algumas dicas no violão e foi isso.

Pedro H. Sartor, baterista: Influências: Iron Maiden, Black Sabbath, Dio, Metallica, Slayer, Megadeth, Death. Meus primos me apresentaram quando tinha 6 anos e gosto desde então. A família curtia pq eu tocava bateria já, mas se assustaram no início. 


Giovanni Boscatto, guitarrista: Influências:  Rock e Punk dos anos 70,80.

A música entrou na minha vida desde o início pois minha mãe tocava piano e cantava e meus avós tocavam gaita (sanfona). E neste meio ganhei meu primeiro violão aos 9 anos.


Quando vi o Primeiro Rock em Rio pela TV,tudo mudou. Maiden e Ozzy foram o que mais me impactaram. Depois o caminho normal Led Zeppelin, Deep Purple e os Clássicos. Ai surge o Punk Rock, The Clash e as brasileiras Cólera, Garotos Podres e as primeiras Bandas. mas foi com o Rock Garagem aqui do Rio Grande que surgiu a vontade de subir no palco. Replicantes, Taranatiriça e outros.

Na guitarra os estilos que mais me marcaram foram aqueles com personalidades tipo Slash e Frank Solari, aqueles que tocam e você identifica.


Leandro: Com 10 anos, ao aprender piano, eram compositores mais clássicos, Mozart, Beethoven, Bach, Vivaldi, que eram as influências da minha professora, já em casa era algo mais voltado para o regional alemão, aqui no sul, comumente chamado de 'bandinha' e de alguns amigos de meu pai que me presentearam com um Álbum do Rush Test For Echo e Stevie Ray Vaughan Live from Austin Texas.

Aos 13 abandonei o piano e não toquei mais instrumento nenhum até os 16, quando restaurei um violão em minha época de Senai, e então acabei ganhando-o de presente. Começando então a jornada das cordas, onde as influências de casa eram da igreja, como Oficina G3, P.O.D, EastWest e na escola com Legião Urbana, Titãs e Paralamas, posteriormente vim a conhecer Dream Theater, Led Zeppelin, Black Sabbath, Iron Maiden, etc. Mas minhas maiores influências ainda não SRV, SOAD, EastWest e Black Sabbath e Zakk Wylde.

11- Como o público enxergam sua música no panorama musical nacional?

Chico Mellodia: Acho um pouco difícil dimensionar de modo amplo. As pessoas do meio musical que conversamos têm curtido a nossa parte técnica como um todo.

A galera que curte rock também nos manda feedbacks positivos em sua grande maioria. A gente sabe que tem muito a evoluir e busca isso todos os dias. Com o tempo e nosso esforço creio que conseguiremos levar nossa música pra cada vez mais gente e torcemos pra que todos gostem. Faremos sempre nosso melhor!

12- Como foi realizado o processo de gravação do EP?

Leandro: Para que pudéssemos manter a mesma pegada e andamento que temos AO VIVO, gravamos Batera, Baixo e Guitarra base no mesmo take, aí sem utilização do metrônomo, acabamos por dar o que descrevemos como 'verdade' para as músicas.

Ficando então para serem gravados em separado apenas as dobras de guitarra, solos e vocais! Ficamos muito felizes com o resultado, e nosso laboratório acabou sendo o Cover de Velhas Fotos, do Tequila Baby que está em nosso canal no youtube.

13-Vocês falaram que tem filhos pequenos, vocês levaram eles para assistir essa gravação do novo EP, ou ainda não?

Leandro: Como o momento de gravação exige concentração e é muito barulhento, em função de gravarmos tudo em casa, os pequenos acabaram por não participar. Mas sempre que possível os levamos nos shows.

14-Nesse novo EP, tem alguma música favorita de vocês? Podem nos dar um Spoiler?

Chico Mellodia: É difícil falar em música favorita. Principalmente no momento da composição e depois de finalizadas elas têm o seu momento especial.

Um por ser três releituras e uma inédita, a nossa expectativa cresce na inédita. Inclusive pela participação especial que tivemos do Geraldo Aita, que é um ídolo pra nós!

15-O que vocês sentiram em relação a evolução da banda enquanto produziam esse EP? Deu pra perceber que vocês estão diferentes?

Leandro: No geral, em cada nova produção que fazemos estamos mais entrosados. E algo que se destacou bastante durante a gravação do EP foi a liberdade de todos em contribuir com todo o tipo de ideia, desde arranjo, até a mixagem! Inclusive com trechos musicais que mesmo não utilizados no EP, ficaram salvos como ideias para novas produções.


16- Para finalizar, gostaria que vocês deixassem uma mensagem aos seus fãs.

Chico Mellodia: A realização do EP é um grande passo na nossa trajetória. Ficamos muito orgulhosos do trabalho que será entregue. Sabemos que o nosso melhor foi feito. Desenvolvemos um trabalho com muito amor e esforço.

Não somos profissionais com 100℅ do tempo voltado para a música, por isso o nosso esforço precisou ser maior e mais assertivo possível. Esperamos que a galera que acompanha nosso trabalho e mais todos aqueles que o ouvirem gostem do nosso material, pois já estamos trabalhando nos próximos lançamentos ( estes ainda sem spoiler,risos).

17- Muito obrigada por essa entrevista, foi muito gratificante para mim saber histórias tão interessantes, desejo a vocês muito sucesso, deixo esse espaço livre para vocês falarem o que quiserem.

Leandro: Primeiramente queremos agradecer a oportunidade de estar contando nossa história, e agora é seguir com o caminho que estamos trilhando, sempre com o foco no Rock e em nossas letras, estamos ansiosos para voltar aos palcos, sentir o sangue ferver e quem sabe poder tocar cada vez mais para um público maior, dando força ao movimento, levando o Rock ao máximo de pessoas possível. Um abraço a todos! 

 

Comentários

  1. Muitíssimo obrigado pela oportunidade!!!

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  2. Grande Matéria parabéns..... E obrigado pelo espaço...

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    1. Muito obrigada por essa oportunidade Giovanni, contem sempre comigo.

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  3. As oportunidades virão com certeza. O grupo é bom

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