Indominus: " Foi o Heavy Metal quem nos escolheu e disso não tem como escapar"

Olá seguidores,eu sou Ester do rock e suas vertentes, e também correspondente do programa Hoje também é dia de rock em Goiás. E a entrevita de hoje é com o Ronaldo da banda Indominus, bem interessante as resposta e eu espero que vocês gostem!


01. Rock e suas vertentes: Como e quando surgiu a banda?

Ronaldo Pitanga: O projeto surgiu, em Salvador em 2015, da parceria com o amigo André Poveda, Guitarrista multi-instrumentista e ótimo arranjador, muito criativo. Ele tinha um estúdio e nós já havíamos trabalhado juntos antes em outros projetos de composição e gravação.

Foi uma excelente parceria pois nós estávamos super a fim de compor e gravar, gostávamos de trabalhar juntos e a mente aberta de André combinava com a minha.

Nós éramos vizinhos e ao final de alguns meses com as composições e algumas trilhas já prontas nós decidimos montar a banda com alguns amigos também experientes. Eu sugeri o nome INDOMINUS para a banda e todos gostaram bastante.

Chegamos a fazer um único show com André na banda mas ele teve que mudar para São Paulo e eu tive que “segurar as pontas” e reformular a banda para que ela não se desintegrasse.

A contribuição de André foi super importante, gosto muito das músicas que fizemos juntos.

02. Rock e suas vertentes: Tivemos a pandemia do covid-19, e os shows foram interrompidos, como fizeram para não cair no esquecimento?

Ronaldo Pitanga: Realmente a pandemia trouxe vários problemas, inclusive para a existência e continuidade da banda devido à debandada inesperada de integrantes. Em uma só tacada eu perdi guitarra e baixo. As coisas estavam indo bem e de repente eu me vi praticamente só depois de tanta ralação. Amar o Metal é uma missão árdua e gratificante para a qual a gente é escolhido, e pensa que a escolheu (risos).

A princípio eu me senti arrasado, mas felizmente tive o apoio do nosso Baterista ROBERT WAGNER que foi muito importante no momento difícil onde eu temia pelo final da banda. Mas com o seu apoio eu respirei fundo e tive novamente a energia que precisava para continuar. E do fundo do poço eu olhei para cima. Rob é muito comprometido, captou a essência da banda, e me deu forças para seguirmos procurando novos integrantes dentro da proposta que nós queremos. Não é fácil encontrar os músicos certos, temos variedade de músicos talentosos mas alinhados com a proposta são “outros 500”.

Por força dos “deuses do Metal – Hail DIO” eu me reencontrei com um grande amigo, o Guitarrista BRUNO UZÊDA, que também já tinha tocado em uma formação anterior da INDOMINUS. Na época em que ele tocou na banda foi excepcional e fizemos ótimos shows. Ele saiu da banda por conta de um equívoco e falha de comunicação, porém ele nunca quis abandonar a banda e nós também não queríamos que ele saísse.

BRUNO UZÊDA é um grande parceiro e grande compositor e já nos conhecemos desde os anos 90 quando tínhamos uma banda chamada SÍNCOPE, esta banda fez bastante sucesso em Salvador e tocamos muito juntos, era também de Heavy Metal.

Ainda faltava o Baixista, mas felizmente eu já não estava mais sozinho, novamente tinha aliados me
ajudando na busca. E depois de bastante pesquisa e novamente por intervenção das “forças ocultas” (rs) eu fiz contato com outro velho amigo e excelente músico, EDUARDO RIOS, cara com vasta experiência tanto em shows ao vivo quanto em gravações em estúdio. Foi surpreendente o fato de que eu perguntei, timidamente pelo Instagram se ele tava a fim de tocar na INDOMINUS e ele aceitou prontamente. Fiquei surpreso porque “Edu” é um músico, que assim como Bruno, é muito requisitado. E feliz porque ele me falou que já conhecia o nosso trabalho e gostava das nossas músicas, tendo inclusive já assistido alguns shows nossos.

Com todos esses reveses de reorganização interna que foram gerados a partir da pandemia nós começamos a focar mais na divulgação do nosso EP de lançamento, que originalmente seria chamado de THE ARSONIST., mas que por uma “barbeiragem” da minha parte, ou por obra do destino, (rs) ao fazer o upload para as plataformas tive que mudar o título para THEATER OF WAR.

Felizmente conseguimos o apoio de vital importância das WEBRADIOS nesse trabalho de manter a banda lembrada e eles tem divulgado gratuitamente e por prazer a nossa música dentro e fora do Brasil.

Novos e excelentes amigos que mais do que tocar as nossas músicas nos dão a maior força espiritual e energia para continuarmos. São nossos multiplicadores e fazem isso por amor ao Rock. O valor do trabalho desses caras é inestimável. Eles estão levando a música underground além das fronteiras.

Gostaria de poder citar todos aqui mas não quero cometer uma injustiça, devido a um lapso de memória momentâneo, e não citar alguém pois o mínimo de ajuda para mim vale muito. Somos imensamente gratos.
Espero um dia sentar com cada um deles para tomarmos umas “geladas ou quentes” (rs).

03. Rock e suas vertentes: Como funciona o processo de composição?

Ronaldo Pitanga: Eu cuido naturalmente das letras e melodias, mas todos podem fazê-lo, e a parte instrumental vem dos outros integrantes, às vezes dou alguns palpites. Temos na banda a liberdade de opinião e não julgamos de imediato as novas ideias, nós costumamos ouvir com atenção e experimentar. A partir disso nós partimos para os detalhes da composição trocando ideias para chegarmos aos resultados esperados.

Os caras sempre trazem músicas que sempre parecem que foram feitas especialmente para a minha voz e jeito de cantar. Aliás todos pensamos no contexto, não somos individualistas. Todos sempre tentamos dar o máximo pela banda, pelas nossas músicas. Nós compomos com prazer pensando nos ouvintes e acima de tudo com muita sinceridade para com a nossa proposta musical.

04. Eu sou fã do bom e velho Heavy Metal não posso negar, tenho grandes influências nesse estilo, e por isso eu queria saber da importância de cantarem em Inglês, e a importância das letras na música de vocês?

Ronaldo Pitanga: Excelente pergunta porque são realmente dois aspectos que me norteiam e ambos são muito importantes para mim.

O primeiro é que eu já experimentei cantar em Português mas com o tempo eu percebi que seria melhor eu continuar cantando em Inglês (rs). Tem muito a ver com a proposta e a sonoridade final da banda. Se a minha voz soasse bem cantando em Português no contexto musical da banda eu não exitaria. Tem bandas que fazem isso muito bem e eu até gosto. Mas não é nada que não possa ser pensado no futuro.

O segundo aspecto é que eu quero que as pessoas de outros países também entendam o que eu falo nas letras.
E a língua Inglesa é muito útil no aspecto de conectar pessoas de vários países que tem línguas diferentes.

05. Quais suas principais influências musicais?

Ronaldo Pitanga: Eu gosto de ouvir muitas bandas e artistas. Mas se for falar em minhas influências em termo de vocal eu posso citar alguns como Bruce Dickinson, Rob Halford, Dio, Ian Gillan, David Coverdale, Robert Plant e sobretudo David Byron – adoro seus vibratos, entre outros.
Em se tratando da INDOMINUS todos temos influências parecidas.

06. Você teve apoio de sua família?

Ronaldo Pitanga: Financeiro não (rs), mas sim: Tenho apoio. Somos uma família de músicos e cada um toca um estilo diferente mas todos nos apoiamos. Torcemos pelo sucesso uns dos outros e frequentemente vamos uns aos shows dos outros. E também nos ajudamos quando é necessário em algum projeto que algum de nós esteja realizando.

07. Rock e suas vertentes: Como enxergam sua música no panorama musical nacional?

Ronaldo Pitanga: Vejo grandes possibilidades para a nossa música e somos bastante otimistas sem deixar de ter os pés no chão, sabemos que Heavy Metal não é a escolha mais fácil, mas como eu já disse foi o Heavy Metal quem nos escolheu e disso não tem como escapar, mesmo que nós quiséssemos (risos).

Nós trabalhamos duro pelo que nós queremos com muita sinceridade e nisso somos bastante unidos. Temos bastante cuidado com as nossas composições, letras e arranjos – nós fazemos realmente a música que nósadoramos e queremos e a fazemos também para os fans que pensam como nós.

Dinheiro é sempre bem-vindo mas no momento não pensamos nisso quando estamos compondo.

Espero chegarmos aonde nós queremos para não termos que nos submeter (risos). Nós somos uma banda genuína de Heavy Metal atualizada com os a raiz no Old School.

Portanto temos tranquilidade e firmeza na nossa proposta. A INDOMINUS é uma banda pronta em busca da porta aberta para entrar. Temos a certeza que no momento certo os festivais começarão a acontecer, todos estamos ávidos, e nós poderemos retornar aos palcos para reencontrarmos com os antigos e os novos fans.

Dessa vez também pelo Brasil.

08. Rock e suas vertentes: Entre o processo de gravação e de shows, qual preferem?

Ronaldo Pitanga: O estúdio é necessário e excitante, por conta das possibilidades que ele oferece. Mas não há nada como um show onde fica no ar uma energia muito forte, muito poderosa como é natural em um concerto de Heavy Metal. Isso devido à cumplicidade da banda com os fans. Além do mais tem toda a preparação para o show, o espetáculo em si e as resenhas que rolam depois tanto no local do evento quanto nas conversas que se seguem. Curiosamente eu gosto mais das gravações feitas nos shows ao vivo do que do estúdio porque no show a gente tá ali mandando ver de verdade (risos).

Adoramos tocar ao vivo e nos sentimos muito à vontade.
Estamos sempre celebrando.


09. Rock e suas vertentes: Em que ponto se encontra o trabalho de vocês no momento?

Ronaldo Pitanga: Agora que estamos devidamente vacinados, seguindo as devidas recomendações, nós estamos voltando aos ensaios pra botar o nosso setlist em dia e também incluindo novas músicas. Entre as novas músicas têm algumas que já estão prontas mas que não constavam do setlist por falta de espaço. Além disso temos também músicas inéditas que já estamos trabalhando de forma remota e que já vamos aplicar no estúdio.


10. Rock e suas vertentes: Quais músicas você recomendaria para quem ainda não conhece o som de vocês?

Ronaldo Pitanga: Pergunta fácil para uma difícil resposta (risos). Então vamos lá, no EP tem cinco músicas que foram escolhidas a dedo baseado na resposta do público nos shows e também quando os fans nos vem falar sobre as músicas que eles mais gostam. E as músicas que eles mais se referem e que estão disponíveis no YouTube ou nas
plataformas digitais são: Drill, The Road Of Fear e Indominus – principalmente esta, são as mais citadas e executadas também nas Webradios.


11. Rock e suas vertentes: Sabemos que a população anda se vacinando, e isso é ótimo, havendo esse avanço já dá para pensar em voltar a fazer shows, ou ainda acham que não é o momento ideal para isso?

Ronaldo Pitanga: Nós estamos ávidos para tocar ao vivo pois é o que nós mais gostamos e sabemos fazer. Já estão acontecendo eventos e atividades dos mais diversos seguimentos musicais no mundo inteiro. É fator preponderante que os organizadores se preocupem com as condições de segurança relacionados à saúde nos eventos. Como eu já disse a banda já tá vacinada e preparada pra subir aos palcos. Não vemos a hora de sairmos tocando em outros estados do Brasil. Estamos abertos aos convites e será uma honra e um prazer nos apresentarmos ao vivo para plateias diferentes e podermos mostrar nossas músicas com garra e peso. Isso é o que nos move.

12.Rock e suas vertentes:Quais cuidados com a voz que você tem?

Ronaldo Pitanga: É fundamental o cuidado com a voz. Mas eu não faço nada especial além de aquecimento vocal antes dos shows e dos ensaios. 

E em dias de show, no local do evento, eu sempre procuro ficar reservado para evitar inalar a fumaça dos cigarros e de ter que falar alto com as pessoas por conta do barulho. 

13.Rock e suas vertentes: Tem alguma recordação saudosa de alguma época da carreira?

Ronaldo Pitanga: Sim, eu tenho várias recordações boas e engraçadas junto com meus companheiros de bandas. 

As melhores recordações são geralmente do princípio quando eu estava tentando firmar a minha identidade vocal. Era muito bom cantar as músicas da banda buscando interpretar, imitar, os  Vocalistas preferidos que me influenciaram.  Agora que tenho a minha identidade vocal definida eu vejo que valeu muito o “laboratório” que eu fiz.

Sinto saudade dos primeiros show e ensaios e a oportunidade de apresentar nossas próprias músicas e a resposta positiva da galera. Saudades dos bons tempos de sexo, álcool e Rock and Roll virando a noite e caminhando bêbado pelas ruas junto com a banda e os fans depois dos shows. Ótimos tempos.

14.Rock e suas vertentes: Qual crítica não desceu de jeito nenhum? Por quê?

Ronaldo Pitanga: Teve um cara que quando estava gravando a minha voz criticou de forma destrutiva o meu “drive”. Imagine receber uma porrada na cara(risos). Na hora eu fiquei meio inseguro e um pouco chateado. Mas depois eu fiquei sabendo que ele também canta e é aficionado por outro estilo diferente do meu. Ele não consegue separar o gosto pessoal do trabalho. O bom disso tudo é que eu não mudei nada por causa dele, continuo fazendo o que eu sei fazer e me senti mais fortalecido depois dessa experiência desnecessária. (risos). Afinal eu já cantava quando ele era ainda uma criança (risos).

15.Rock e suas vertentes: O que é a música para a sua vida?

Ronaldo Pitanga: Tenho a música como uma coisa simples, natural e essencial que rola tranquilamente na minha vida. A música está presente todo o tempo em minha casa e em minha família, desde criança sempre tivemos música em casa. Até quando estou ensinando (ensino Inglês) eu uso a música. 
Eu não consigo me imaginar em um mundo sem música e até me surpreendo quando alguém me diz que não ouve música, eu acho isso muito, mas muito estranho. 
Em resumo a música, em especial o Rock, é 90% da minha personalidade e eu adoro isso.


16. Rock e suas vertentes: Chegamos ao fim da nossa entrevista, e queria te agradecer por essa entrevista incrível, deixo esse espaço aqui para você falar o que quiser.

Ronaldo Pitanga: Em primeiro lugar eu agradeço a você e ao Blog pelo espaço e pelas perguntas. Agradeço também a todos que estejam lendo esta entrevista e espero que tenham a curiosidade em conhecer as nossas músicas e que nos acompanhem em nossas redes sociais. Banda sem fan não existe!

Aproveitamos também pra agradecer aos amigos que tem tocado constantemente as nossas músicas nas WEBRADIOS. Nos programas: HOJE TAMBÉM É DIA DE ROCK, ROCK NAS VÉIA, MIRO CHEYENNE, ESTAÇÃO QUINTA FM, PANELA DO ROCK, etc. Não consigo lembrar todos agora mas somos muito gratos, oportunamente agradecerei.

Vida longa ao Blog, vida longa ao Metal e que venham os shows. Hail amigos!



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